Em qual das obras abaixo a intertextualidade se manifesta por meio de uma citação direta de outra obra literária?

Na obra "O Alienista", Machado de Assis cita diretamente o trecho "O alienista", de Augusto Comte, na seguinte passagem:

"Quando o dr. Simão Bacamarte se formou em medicina, trazia consigo, além de uma caixa de instrumentos cirúrgicos, outra de livros. Era um moço pouco comunicativo, que todos julgavam orgulhoso e alguns tolo. A verdade é que era tímido e estudioso. Lia muito e observava tudo; tinha também um gosto especial pela química e pela física, ciências então pouco cultivadas no Brasil. Entre os seus livros, havia muitos de medicina alienígena, que ele estudava com afinco. Um dia, porém, encontrou um livro que o fez parar. Era "O alienista", de Augusto Comte, e tratava da classificação dos loucos. O livro estava escrito em latim, mas o dr. Bacamarte sabia latim como ninguém, e leu-o com atenção. A classificação que o nobre filósofo aí estabelece pareceu-lhe muito sábia, exceto numa coisa: não havia ali um lugar designado para os alienados crônicos, aqueles que, por loucura ou imbecilidade, não tinham consciência das suas ações e, por isso, não podiam ser considerados culpados dos seus crimes ou dos seus delitos."

Nas demais alternativas, a intertextualidade não se manifesta de forma evidente como no exemplo do "O Alienista":

• (B): "O Guarani", de José de Alencar, não apresenta citações diretas de outras obras.
• (C): "Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de Almeida, também não apresenta citações diretas de outras obras.
• (D): "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, também não apresenta citações diretas de outras obras.
• (E): "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, também não apresenta citações diretas de outras obras.

A intertextualidade é um recurso literário poderoso que permite estabelecer conexões entre obras de diferentes épocas e autores. No caso de "O Alienista", a citação direta de Comte enriquece a narrativa e abre espaço para uma reflexão sobre a loucura e a relação entre ciência e poder.